Li hoje, o livro de contos, "O Homem ou é tonto ou é mulher", de Gonçalo M. Tavares, escrito para uma peça de teatro, levado ao palco em Portugal como um monólogo. O que me chamou a atenção neste livro foi como Gonçalo, usa de maneira talentosa a forma estilistica que desencadeia o livro, que são uma espécie de microcontos que formam um conto como um todo, o escritor vem sendo elogiado pela critica já há algum tempo, seus livros repletos de novas possibilidades de recursos linguisticos ganharam elogios também do consagrado escritor português José Saramago. Sigo atento aos escritores lusitanos já algum tempo, como Antonio Lobo Antunes, Inês Pedrosa e o romance que gostei banstante "Nenhum Olhar", de José Luís Peixoto; Gonçalo neste livro, ao tratar do homem moderno de maneira até cômica e irônica retrata esse homem repleto de contradições e angústias e cheio de excessos. Esse homem que lida com a correria das grandes cidades, os relacionamentos postos em dúvidas, que ama as mulheres e isso está no seu sangue e que acaba por nos dizer, afinal o que é isto tudo e o que afinal adianta ? Gonçalo acaba usando a língua a seu favor, com a coragem de reinveintar novas possibilidades de se fazer literatura, como o próprio afirma. Esse homem dos microcontos de Gonçalo sente em demasia, mas não expõe facilmente seus sentimentos é cercado por um fluxo de incertezas e pensa muito. Mas Gonçalo, seu livro suscitou em mim uma certa queixa se repleto de contradiçoes é esse homem, e isso não precisa nem ser uma evidência, nem uma obscuridade, que tipo de homem tonto é esse que cercado nesse mar de insesibilidades, nessa voz sem saída, ou seja, na multidão é poeta, vagabundo, errante, fisgador de ilusões, ou sei lá o quê ? Concordo em partes com o titulo, acho até poético, sem evidencias seu texto é interessante, mas agora fica a intenção de ler seus próximos escritos, o romance premiado Jerusalém e a série Bairro, que homenageia alguns escritores da literatura de todos os tempos, postos como personagens em uma obra ficcional. Acho interessante também, quando Gonçalo disse, conforme saiu na estrevista feita pelo caderno literário Prosas & Versos, do dia 6 de setembro, que os prêmio são vitrines para os seus livros, contudo, seu foco são os leitores, são aqueles leitores atentos a seus livros, e se numa rede que aparecem inúmeros peixes, mas com uma única linha ele pode dar atenção a um leitor singular e especial. Bacana, um escritor original no meio dessa multidão.
Ouvindo: Paulinho da Viola - Onde a dor não tem razão
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