O número 4 o persegue, ele tenta inverter isso.
Em um quarto de hotel, espera o telefonema dela, parece cenário de um filme noir, na lembrança “Império do crime”, de Joseph H. Lewis, filme que adora. Deitado na cama com as pernas abertas, a camiseta branca e a bermuda xadrez só levanta para acender as inúmeras pontas de cigarro que ainda consegue fumar. As horas passam turvas, a cabeça cansada, latejando a imagem dela. Pensa o quanto é vulnerável, pensa em demasia sobre ela e isso o atrapalha, pensa sobre os mistérios e sobre os gostos por qualquer algo que a dê prazer, sabe que um dos seus artifícios é ligar para ele, para enaltecer seu ego. Ele, seu termômetro de vaidade.
Levanta da cama, liga a tv, o abajur piscando prestes a esgotar seu sinal de luz, abri a janela, vê cinzas, somente cinzas, cinzas e escuridão, a cidade adormecida, as ruas da Glória são cena de um outro filme, não lembra qual. Ele pensa, começa a pensar em largar tudo, mudar de cidade, estado e país, pensa em começar a se desvencilhar, se envolveu demais agora é difícil escapar, pensa na frase de Pitágoras “O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos”, é apenas uma frase, quando vai começar adotar frases em sua vida? Ele sabe, que ela se sente atraída por sua sensibilidade, gosta de abraçá-lo, essa doce ao mesmo tempo amarga ilusão que faz o número quatro o perseguir. Ela, porém, possui tatuado o número 8 deitado no pulso, mas o número dele é o 4, o quarto de número 4, de um hotel barato da Glória. A rua deserta, começa a amanhecer, vê senhoras indo pegar a feira de domingo, vê diversas pessoas começando sua caminhada matinal, pensa em ir até a feira comer uma tapioca bem quentinha, comprar umas frutas, há tempos que não se alimenta bem, olha fixamente um vira-lata revirando os sacos de lixo da rua, o telefone toca, ele resisti em atender, não atendi, decidiu trocar de quarto, decidiu trocar de número.
Ouvindo: João Bosco – Feminismo no Estácio
Em um quarto de hotel, espera o telefonema dela, parece cenário de um filme noir, na lembrança “Império do crime”, de Joseph H. Lewis, filme que adora. Deitado na cama com as pernas abertas, a camiseta branca e a bermuda xadrez só levanta para acender as inúmeras pontas de cigarro que ainda consegue fumar. As horas passam turvas, a cabeça cansada, latejando a imagem dela. Pensa o quanto é vulnerável, pensa em demasia sobre ela e isso o atrapalha, pensa sobre os mistérios e sobre os gostos por qualquer algo que a dê prazer, sabe que um dos seus artifícios é ligar para ele, para enaltecer seu ego. Ele, seu termômetro de vaidade.
Levanta da cama, liga a tv, o abajur piscando prestes a esgotar seu sinal de luz, abri a janela, vê cinzas, somente cinzas, cinzas e escuridão, a cidade adormecida, as ruas da Glória são cena de um outro filme, não lembra qual. Ele pensa, começa a pensar em largar tudo, mudar de cidade, estado e país, pensa em começar a se desvencilhar, se envolveu demais agora é difícil escapar, pensa na frase de Pitágoras “O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos”, é apenas uma frase, quando vai começar adotar frases em sua vida? Ele sabe, que ela se sente atraída por sua sensibilidade, gosta de abraçá-lo, essa doce ao mesmo tempo amarga ilusão que faz o número quatro o perseguir. Ela, porém, possui tatuado o número 8 deitado no pulso, mas o número dele é o 4, o quarto de número 4, de um hotel barato da Glória. A rua deserta, começa a amanhecer, vê senhoras indo pegar a feira de domingo, vê diversas pessoas começando sua caminhada matinal, pensa em ir até a feira comer uma tapioca bem quentinha, comprar umas frutas, há tempos que não se alimenta bem, olha fixamente um vira-lata revirando os sacos de lixo da rua, o telefone toca, ele resisti em atender, não atendi, decidiu trocar de quarto, decidiu trocar de número.
Ouvindo: João Bosco – Feminismo no Estácio
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