quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Montarroyos Sessions

O trompetista Marcio Montarroyos deixou na história da música instrumental brasileira discos fabulosos e inspirados, seu legado para o trompete brasileiro permanecerá eternamente no percurso da boa música instrumental. Marcio começou se dedicando inicialmente ao piano e ao estudo da música clássica, mas acabou optando em seguida pelo trompete, partiu para música popular onde encontrou seu espaço e a sua paixão de vida, a partir de 1968 já fazia parte do conjunto A Turma da Pilantragem que tinham nomes como Zé Roberto Bertrami, Alexandre Malheiros, Vitor Manga, Fredera, Ion Muniz e as cantoras Regininha, Málu Balona e Dorinha Tapajós: com esse grupo ele gravou três LPs. Nos anos 70 foi estudar jazz na Berklee School of Music, em Boston, nos Estados Unidos. Participou da gravação da trilha sonora da novela "Carinhoso" da TV Globo e lançou seus primeiros discos que foram Sessão Nostalgia (1973) e o consagrado Stone Alliance(1977), álbuns de um grande flerte com o jazz, mas já com algumas acentuações da nossa chamada Música Instrumental Brasileira. Nos anos 80, Montarroyos lançou "Trompete internacional" (1981), "Magic moment" (1982), "Carioca" (1984), "Samba Solstice" (1987) e "Terra Mater" (1989), sendo esse último destacando-o não só como um grande instrumentista, mas também como compositor, registrando canções como "The fourteenth day" e "One more light". Lembrando que alguns álbuns de Marcio Montarroyos eram inicialmente gravados nos Estados Unidos e só depois relançados e distribuídos no Brasil. Aliás e é curioso notar que Montarroyos foi o primeiro músico brasileiro contratado pela Columbia Records (companhia americana pertencente a Sony BMG). Em 1995 lançou o disco homônimo "Marcio Montarroyos", onde registrou boas composições próprias como "Slave ritual", "Pantanal" e "Congo do Serro", entre outras. Marcio faleceu em 2007 e deixou 11 músicas inacabadas que foram recuperadas com um lançamento póstumo chamado "O Rio e o Mar", projeto que teve participação do saxofonista Leo Gandelman, que assumiu o bastão da produção do álbum, durante as visitas que fazia ao trompetista. Em depoimento ao Jornal do Brasil, Leo deu a seguinte declaração: “Eu estava sempre por lá e em nossas conversas falávamos muito de música. Montarroyos começou a me mostrar o que estava fazendo e, um dia, passou a me orientar sobre como ele queria que o álbum fosse terminado. Ele estava preocupado em fazer um disco novo, até por não lançar nada havia muito tempo. Soube de seu estado até antes dele, por intermédio de seu médico, que é meu amigo de infância. Por isso, fiquei determinado a passar o máximo de tempo que pudesse a seu lado.” Em outra passagem da matéria Leo recorda como foi seu primeiro encontro com Montarroyos: “Estudava na Berklee School of Music, nos Estados Unidos, e, como trabalho, transcrevi o solo dele em Ei bicho, vamos nessa, do Stone alliance. E, como fã, fiz questão de entregar a transcrição para ele. Aí resolvi pedir uma chance, disse que se ele precisasse de um saxofonista poderia me chamar. Claro que ele achou uma ousadia. Mas depois nos encontramos em várias gravações e ficamos amigos”.
Montarroyos deixou sua marca em trabalhos de grandes nomes da música mundial, como Stevie Wonder, Carlos Santana e Sarah Vaughan, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e Milton Nascimento. Nesse maravilhoso disco O Rio e o mar. Montorroyos não só trasmite fluidez, mas toca um som de um Rio saudoso e belo em suas paisagens. Marcio Montarroyos nos infla com boa música e emoção garantida, não é a toa que é um dos maiores expoentes da música instrumental brasileira. Abaixo O Rio e o Mar. Boa viagem!!!

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Ouvindo: Marcio Montarroyos - Copa Blues

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