domingo, 28 de março de 2010

Vocação para mago

Aaron Parks é um pianista com uma carreira bastante promissora e criativa, pertencente a uma nova geração de músicos que renovam e modernizam o jazz junto com Brad Mehldau, Bad Plus, Tord Gustavsen e o grupo Rudder (já citado nesse blog). Parks conseguiu construir um dos grandes álbuns de jazz dos últimos tempos, o aclamado “Invisible Cinema”. Aaron Parks, nascido em 7 de outubro de 1983, está de ouvidos abertos com o seu tempo, observa-se nesse disco texturas e influências de indie rock e rock experimental, segundo Alê Duarte do site Radiola Urbana: “Parks subverte a principal característica do jazz desde o surgimento do bee-bop e se aproxima da música pop mais tradicional na execução e de novos níveis climáticos na sonoridade – como se o Radiohead resolvesse gravar um disco de jazz”. Parks que já foi sideman do excelente trompetista Terence Blanchard, com quem gravou alguns álbuns e também excursionou, já lançou três álbuns, inclusive o ótimo “Wizards” de 2001, que junto com um quinteto passeia por diversos estilos, fazendo uma viagem musical bastante interessante. Em entrevista Parks diz ter influências diversas que vão desde Carla Bley, Keith Jarrett, Wayne Shorter, Ornete Coleman e Miles Davis passando por Radiohead, Bjork, Blonde Redhead, Debussy e Bach. Apesar de sua virtuosidade, o pianista está a favor da experimentação e de mostrar um campo aberto para novos apreciadores de jazz, suas melodias soam bem contemporâneas e coesas, buscando a criatividade a todo instante. “Invisible Cinema” conta ainda com a participação do guitarrista Mike Moreno, Eric Harland na bateria e Matt Penman no baixo. A partir da faixa que abre o disco “Travelers”, já observamos que iremos adentrar em terreno desconhecido, se tratando de um álbum diferente de um disco de jazz mais purista. Moreno que entra a partir da segunda faixa tocando a inspiradíssima “Peaceful Warrior” acentua a qualidade da melodia fazendo um solo magistral na composição de Parks. Nas faixas “Into The Labyrinth” e “Afterglow”, o pianista também mostra que tem talento para ser um músico de concertos. Em "Nemesis" e "Harvesting Dance” o flerte de Parks com o indie e o rock experimental ganha contornos contemporâneos. Virtuosismo, originalidade e coragem estão presentes nesse extraordinário álbum lançado em 2008. Vida longa a Aaron Parks. Vida Longa ao seu jazz de olho no futuro. Abaixo o link. Good Trip !!!

Link:
http://www.zshare.net/download/5223839193d95293/

Ouvindo: Aaron Parks - Peaceful Warrior

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