sábado, 24 de abril de 2010

A orquestra cinematográfica

Escutar o som da Cinematic Orchestra é estar dentro de um sonho, devaneio ou uma abstração qualquer. O violoncelista Jaques Morelenbaum disse certa vez que a música instrumental permite ao ouvinte uma abstração em que ele lida com a imaginação dentro dele, diferente da música com letra e poética contida. O som hipnótico da orquestra é algo fantástico, mestres em criar ambientes sonoros e atmosferas experimentais e sinfônicas, a orquestra é originária da Inglaterra e tece elementos eletrônicos, downtempo, ambient e improvisação jazzísica em sua sonoridade, misturam instrumentos orgânicos guitarra, teclados, sopros, bateira, baixo com samples e efeitos. O grupo se formou no final da década de 90 por Jason Swinscoe e em 1999, após lancar o disco Motion, o grupo foi convidado a tocar na cerimônia do Director's Guild Awards que naquele ano homenagiava a obra do cineasta Stanley Kubrick. Em seguida eles compõe a trilha para um clássico de 1929 do cinema russo chamado "Man with the movie camera" de Dziga Vertov, que renderam ótimos elogios e visibilidade para o grupo. Em 2007, a orquestra lança "Ma Fleur" pelo selo Ninja Tune especializado em lançar artistas de nu jazz, hip hop e downtempo, contando com algumas faixas vocais, como a participação da cantora canadense Patrick Watson, Lou Rhodes vocalista da banda de trip hop Lamb e a cantora Fontella Bass responsável pela belíssima perfomance na faixa "Breathe". Apesar de "Ma Fleur" ser considerado uma entrada do grupo em aspectos pouco mais comerciais, o disco tem momentos de experimentações bem elaboradas como no som "As The Stars Fall" e uma músicas de textura mais sinfônica como é o caso de "Prelude". As músicas "Child song" e a que dá nome ao disco "Ma Fleur" ganham contornos jazzisticos bem viajantes, "Music Box" e "That Home" são lindas baladas que exaltam a intenção do disco. "Ma Fleur" é um álbum de inspiração singular em que a criatividade e o tratamento merecem atenção e respeito para essa orquestra que vem lançado um dos trabalhos mais interessantes desse século. Abaixo o link. Good Vibes !!!
Link:

Ouvindo: Cinematic Orchestra - Child Song

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brahem Directions

Os rumos que o músico tunisiano Anouar Brahem vem tomando nos últimos anos em sua música são verdadeiras poesias cercadas de sentimento, talento e fidelidade a sua terra natal. Anouar Brahem nasceu em 20 de Outubro de 1957, em Halfaouine na Medina de Tunis e começou a tocar oud (instrumento tradicional que é uma espécie de alaúde renascentista) aos 10 anos incentivado pelo pai. Estudou no Conservatório Nacional de Música de Tunes, tendo como professor Ali Scriti que faz dele seu discípulo e lhe ensina a música erudita árabe, o Maqam, e a arte da improvisação, o Taqsim. Ao seguir com sua carreira, começa a tomar cada vez mais contato com a música do mediterrâneo, aos sons do médio oriente, ao jazz e a música clássica. Em 1981, sente necessidade de novas experiências e parte para Paris. Na capital francesa, Brahem alarga os seus horizontes musicais compondo sobretudo para peças de ballet e para cinema. Regressa à Tunísia em 1985, decidindo se dedicar a composição e através de um convite do festival de Cartago, reuni um grupo diverso de músicos, desde figuras marcantes da música da Tunísia até ao jazz francês, com nomes como François Couturier, François Jeanneau e Jean-Paul Celea. Em 1990, encontra Manfred Eicher que lhe propõe gravar seu primeiro disco para o selo ECM, "Barzakh" marca o início de uma colaboração perene de Brahem com a ECM Records, levando consigo a música do mundo árabe e islâmica para o mundo. Segundo o crítico Stéphane Ollivier: "Anouar Brahem é um fenômeno, uma verdadeira concentração de paradoxos fecundos: um clássico supremamente subversivo; um solitário resolutamente aberto ao mundo; um atravessador de culturas tanto mais inclinado a se aventurar nos limites mais extremos de si mesmo, quanto ele não pretende jamais ceder um polegar que seja sobre exigências estéticas forjadas ao longo do tempo sobre um profundo respeito da tradição". Brahem já tocou com músicos talentosos do jazz e de culturas misturadas como Jan Garbarek, John Surman, Dave Holland, Manu Katché, Barbarose Erköse entre outros. O músico se aventura em terrenos universais, mas respeitando a ancestralidade de suas origens e ainda assume como missão restaurar o oud como instrumento solista, já lançando 9 álbuns, todos consagrados por público e crítica. Em 2009, ele lançou "The Astounding Eyes of Rita", um álbum ao lado do clarinetista baixo Klaus Gesing, Bjorn Meyer (baixo) e Khaled Yassine (darbouka e bendir), um disco fantástico que ressalta a margem da sua poesia atráves do Oud. Abaixo o Link. Bon Voyage !!!

Link:
http://rapidshare.com/files/288259223/The_Astounding_Eyes_of_Rita_-_Anouar_Brahem.rar

Ouvindo: Anouar Brahem - The Lover of Beirut

sábado, 17 de abril de 2010

O admirável mundo de Hermeto Pascoal !!!

O show de ontem do mestre Hermeto Pascoal, no primeiro dia da edição do Copa Fest foi incrível, uma experiência espetacular. Ter esse privelégio e essa oportunidade histórica foi uma honra, realmente o show de Hermeto Pascoal é uma aula de música, de história da música brasileira e de prática em conjunto, já que o grupo passa por diversos ritmos dentro de sua liberdade musical cercada de improviso e ousadia. Hermeto passeia por diversos compassos em uma mesma música, como se pinta-se ritmos brasileiros em uma majestosa obra prima com sua chamada definição para abranger uma música que seja universal, se livrando das amarras de rótulos e clichês, música no sentido amplo de liberdade para se fazer o que quiser e improvisar quando bem entender. Está ali o baião, o frevo, o samba, o jazz, a bossa nova, música caipira, forró etc... O fantástico time que acompanhou Hermeto foram Márcio Bahia (bateria) quebrando tudo em seus solos, Itiberê Zwarg (Baixo) fantástico, o inspirado Vinícius Dorin (saxofone e flauta), Fábio Pascoal (percussão), Aline Morena (voz e violão), Andres Marques (piano) e a participação da Orquestra Família Itiberê em um momento do espetáculo. Hermeto tocou clavinete, flauta baixo, bule e até patinhos de borracha. Um show que de fato guardarei eternamente na memória. Salve o mestre Hermeto Pascoal. Salve sua música genuinamente brasileira e universal !!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um Bom Expresso Por Favor !!!

Em 2008, o trio Belleruche formado em Londre(Uk), por Kathrin Deboer (voz), Ricky Fabolous (guitarra) e o DJ Modest lançaram o álbum "The Express", pela gravadora Tru Thoughts. O som do trio é uma mistura de elementos contempôraneos como nu-jazz, downtempo, hip hop e turntablism ao soul e rhythm & blues contido na bela voz de Kathrin Deboer. O uso de scratch e samples é uma marca constante no som do trio, com bases que lembram bandas de influência downtempo e trip hop. O disco anterior "Turntable Soul Music" lançado em 2007 já anunciava o rumo que o grupo iria tomar. The Express é bem classe A, dançante e agradável . Vale a pena. Abaixo o link soul brother !!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bem vindo a Saxophobia

A coletânea "Saxophobia - sexy and lounge", com essa capa incrível e muito bem elaborada, pode ser uma coletânea basicamente dedicada ao smoth jazz e algumas pérolas perdidas do pop jazz, já que o propósito da coletânea é explorar o saxofone para um público que gosta de música ambiente, cool jazz e também curte uma linha do jazz mais pop, além de smoth jazz, um estilo que utiliza instrumentos tipicos no jazz e alguma improvisação, mas caracteriza-se por misturar elementos da música pop, funk, soul e rhythm and blues e fez bastante sucesso comercial nas rádios, principalmente na década de 90, o disco apresenta uma atmosfera chill para quem curte relaxar com um whisky ao lado ou qualquer outra bebida que possa valer a preguiça na rede. O disco contém saxofonistas conhecidos do público de smooth, como Jeff Kashiwa e Jessy J e uma aparição interessante do Romantic Saxophone Quintet tocando o clássico dos Bee gees "How deep is your love", mas o ponto alto do disco são as versões em que o saxofone aparece mais tímido, mas está presente aveludando a qualidade das canções são elas "More than this" uma vesão de Norah Jones para a música do grupo Roxy Music, Steffen Waltenberger Band com "Littler Blue Girl" e a orquestral "Living in High Definition" de George Benson e com trompete a belíssima "Caruso" de Tito Beltran, City of Prague Philharmonic & Stapleton e "For You What I am" de Amanda Lear. Apesar de jamais poder se julgar um disco pela capa, a coletânea tem o seu mérito e a capa insisto em dizer é muito bem bolada e criativa. Vale a sacada. Abaixo o link. Take easy man !!! Peace

Link:
depositfiles.com/pt/files/bgm2hw697

Ouvindo: Steffen Waltenberger Band - Little Blue Girl